Combinação de Biologia e Libras emociona estudantes da EP de Mauriti
18 de maio de 2018 - 17:07
COMBINAÇÃO DE BIOLOGIA E LIBRAS EMOCIONA ESTUDANTES DA EP DE MAURITI
O que deve ser priorizado na Educação dos estudantes: as competências cognitivas ou socioemocionais?
“Uma não está dissociada da outra”, comentam a professora de Biologia Ana Narah Braga, e a intérprete de Libras, Iraides Andrade, as quais vêm desenvolvendo o projeto Ensino de Biologia e Libras como instrumento de inclusão social.
O projeto possui por intuito levar aos estudantes da EP Padre João Bosco de Lima e comunidade mauritiense conhecimentos sobre o sistema auditivo, surdez, libras e educação inclusiva, para que haja a inclusão social e escolar efetiva dos surdos – sem a inevitável submissão – a que as minorias são expostas.
Na última segunda-feira (14), foi realizada uma Roda de Conversa sobre Audição, Surdez e Educação Inclusiva no Laboratório de Biologia da EP Padre João Bosco de Lima. Na ocasião, foram convidados a senhora Aline Macêdo – Fonoaudióloga e especialista em Audiologia Clínica, Gestão em Saúde Pública, Terapia Vocal – e os surdos Júlia Andrade – aluna da instituição – e Cícero Andrade Júnior e Arthur Varelo, palestrantes que também abrilhantaram o evento.
De início, as alunas dos 1º Anos dos Cursos Técnicos em Finanças e Administração Graziella Oliveira e Janaina Magalhães realizaram a abertura da roda de conversa interpretando a canção “Pra ser feliz” de Elias Muniz. Os alunos ficaram extasiados com o talento das intérpretes e com a beleza da canção sobre educação inclusiva.
Abrindo a dinâmica dos trabalhos, a fonoaudióloga Aline Macêdo introduziu o conceito de audição e de surdez, abordando as principais características anatômicas e fisiológicas do sistema auditivo, os tipos e graus de alterações auditivas, as causas, o diagnóstico e os tratamentos.
Um momento emocionante da roda de conversa foi quando Arthur Varelo perguntou a fonoaudióloga quais foram as experiências que ela vivenciou ao dar o resultado do diagnóstico de surdez para os pais. Aline foi enfática ao dizer o quanto é difícil para os pais receber o diagnóstico: “[Os pais] não querem aceitar. Muitas vezes, os exames são repetidos até três vezes. O diagnóstico final é acompanhado de lágrimas. É muito difícil para os eles – sobretudo para as mães – a ideia de que nunca ouvirão ‘mamãe’ de seus filhos.”.
O comentário da fonoaudióloga emocionou bastante Iraides Andrade, intérprete de libras e mãe de Júlia e Cícero Júnior, que reviveu toda a sua história na descoberta da surdez dos filhos.
Em seguida, a aluna do 1º Ano do Curso Técnico em Administração Júlia Andrade juntamente com os convidados Cícero Andrade Júnior e Arthur Varelo palestraram sobre Educação inclusiva, relatando um pouco sobre as conquistas e a importância da inserção dos alunos surdos no modelo inclusivo de educação. Deram depoimentos sobre suas vidas destacando as dificuldades e conquistas, o que emocionou bastante os estudantes dos 1º Anos dos Cursos Técnicos em Administração e Finanças, público-alvo da ação.
“É necessário realizar a interação por intermédio da língua de sinais, a valorização de conteúdos escolares e a relação conteúdo-cultura surda.”,comentou de forma enfática a professora Ana Narah Braga.Os alunos, que são protagonistas do projeto, também participaram bastante da roda de conversa, fazendo muitas perguntas aos convidados.
As ações do projeto Ensino de Biologia e Libras Como Instrumento de Inclusão Social têm impactado de forma significativa os estudantes da EP Padre João Bosco de Lima e a sociedade mauritiense. Vencer o preconceito, trabalhar a parte cognitiva e fortalecer as competências socioemocionais dos jovens têm sido as conquistas visíveis de um projeto que veio para reforçar a Educação Integral que, necessariamente, deve ser inclusiva.
