EEEP Padre João Bosco de Lima chama a atenção para o transtorno de Ansiedade

26 de junho de 2019 - 12:23

PROJETO ESCOLAR CHAMA A ATENÇÃO PARA TRANSTORNO DE ANSIEDADE

 

Sem sombra de dúvidas, o transtorno de ansiedade tem sido cada vez mais presente na vida de várias pessoas nesse início de século XXI. Também é preciso considerar que a problemática da ansiedade é bastante comum na fase da adolescência. Pensando nisso, a EP Padre João Bosco de Lima vem desenvolvendo no ano letivo de 2019 o projeto “Ansiedade: de aliada à vilã. Um olhar sobre os jovens de Mauriti-CE”, sob a coordenação da professora Ana Narah Braga.

 

Na última quarta-feira (12), o projeto levou a comunidade escolar a refletir acerca dos dramas do transtorno de ansiedade, por meio de uma minifeira de Ciências, a qual contou com a visitação de todos os estudantes da EEEP Padre João Bosco de Lima.

 

Nos estandes, os alunos de 1º anos fizeram apresentações orais esclarecedoras acerca de vários temas, dentre eles, conceito, incidência, causas e classificação do transtorno de ansiedade, os sintomas, e como a ansiedade afeta o corpo humano. Esclareceram sobre a relação da ansiedade com a depressão e o suicídio, diagnóstico, terapias e técnicas para controlá-la, os tipos de remédios farmacológicos para controlar e amenizar o transtorno, hábitos saudáveis, remédios caseiros e naturais, e alimentos que a previnem. Além disso, aplicaram teste para avaliar o nível de ansiedade.

 

Ao longo do primeiro semestre, os alunos protagonistas do projeto realizaram uma pesquisa na escola – com 500 estudantes – para analisar o transtorno de ansiedade. A análise dos dados revela que 73% dos alunos entrevistados se consideram ansiosos e 27% não se considera, ou seja, a cada 4 alunos, 3 são ansiosos. Toda a análise qualitativa da pesquisa foi apresentada na minifeira de ciências. “Cabe a nós buscar nos resultados do levantamento os possíveis fatores que podem estar desencadeando a ansiedade ou potencializando-a.”, destaca a professora Ana Narah Braga, orientadora do projeto.

 

EMOÇÃO E EMPATIA. Um dos pontos emocionantes foi a exposição de um documentário produzido e protagonizado pelos próprios discentes da EP Padre João Bosco de Lima, em que os estudantes que sofrem com o transtorno relatam sintomas, desafios e preconceitos. A relevância de um ambiente escolar acolhedor para aliviar a ansiedade, bem como, o apoio familiar foram lembrados pelos alunos em depoimentos documentados em vídeo, o que gerou empatia e emoção em várias pessoas que assistiram aos relatos.

 

Outro ponto emocionante da minifeira foi a Barraca do Deixo. Nesta barraca os alunos puderam conversar sobre o seu lixo emocional e deixar na mesma tudo aquilo que os faz mal. Acumular lixo emocional prejudica a saúde mental e às vezes até a física – em casos de somatização – deteriora as nossas relações, tira a qualidade de vida, faz nos perder de nós mesmos e cria muros invisíveis.

 

Na minifeira os alunos puderam participar também da Sala Zen, onde aprenderam técnicas para controlar a ansiedade, como a meditação, técnicas de relaxamento, exercícios de respiração e espiritualidade, gerando uma sensação de paz interior nos estudantes que ajudou a controlar o estresse e a recuperar a comunicação entre eles mesmos com seu estado mental e físico.

 

Para a estudante e protagonista do projeto Yasmin Almeida, uma crise de ansiedade não faz apenas a mente descarregar pensamentos conflitantes. As outras partes do corpo também sentem os efeitos. Por isso controlar a ansiedade e a respiração pode ser crucial: “Respirar corretamente atua sobre o nosso sistema nervoso, fazendo desacelerar os processos no corpo desencadeados pela tensão gerada pela ansiedade.”, comenta Yasmin.

 

Já para a professora Ana Narah Braga, a ação foi muito produtiva, pois oportunizou aos estudantes da EP conversar sobre ansiedade, depressão e suicídio: “Segundo a OMS, 9,3% da população brasileira possui algum transtorno de ansiedade e 5,8% da população nacional é afetada pela depressão. Sobre o suicídio, temos no Brasil 5,5 óbitos para cada 100 mil habitantes (2016) e na cidade de Mauriti-CE tem-se 8,76 óbitos para cada 100 mil habitantes (2013). Esses dados são alarmantes e pouco se tem feito para melhorar a prevenção desses transtornos na escola. É importante conversar sempre, por em debate saudável e cordial. Por mais doloroso e cansativo que seja debater sobre nosso lixo emocional, este exercício é necessário! É um tratamento preventivo para muitos males da alma.”, destaca a educadora.

 

O projeto “Ansiedade: de aliada à vilã. Um olhar sobre os jovens de Mauriti-CE” tem chamado atenção para a problemática da ansiedade adolescente e – sem dúvidas – tem atingido resultados significativos no alerta e no combate a esse transtorno.